Correndo em direção ao mar

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sobre o perto e o longe

O duro pra mim não é ficar longe. O duro pra mim é não estar perto. Porque longe eu fico sempre. Nas tardes quentes, sob o sol, andando como quem caminha, lendo linhas confusas, ou melhor, difusas. Longe é recorrente. É meu pão de cada dia. Tão vital quanto.
Mas não estar perto é diferente. Sim, é muito diferente. Deveras. Em inglês, ser e estar são um só verbo, e isso só piora minha situação.
Para um leitor menos atento, ou mais sensato do que eu, estar longe e não estar perto soam exatamente da mesma forma. Mas não. Não é uma questão de sintaxe, mas sim de sentimento. E eu aprendi que não há palavras que expressem um sentimento verdadeiro.
Pois então. É uma questão de sentimento. Porque não estar perto tem uma carga de privação, que é inerente ao não, e de frustração, pois existe o perto e ele eu não conheço. Ainda.
(Escrito em meados de 2007, em Spokane, WA, quando das minhas aventuras na terra do tio Sam.)

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