Correndo em direção ao mar

Correndo em direção ao mar

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Paradoxo

Eu queria muito escrever algo pesado, mas o que acontece é que eu estou leve.
Eu penso que escrever é algo misterioso. E acho escusas minhas motivações. Pois não escrevo, deponho. E ao depor, exponho o que é mais de mim do que eu mesmo. Exponho o élan de meus impulsos. Escancaro o que me parasita o coração.
Porém você matou este parasita.
E agora só sei ser leve.
E eu queria te odiar queria te cuspir na cara queria te exorcizar do meu de dentro queria te fazer pequeno te colocar na palma da mão te ventar para longe de mim e contemplar (num alívio) seu voo queria te enojar queria te surrar a face por 30 minutos queria gritar nos seus ouvidos um grito supersônico que estraçalhasse em nove mil quinhentos e sessenta e dois os ossos do seu canal auditivo.
E o meu querer se frustra na minha vontade.
E eu só sei te querer, como um louco, um infinito a mais por fração de instante que espero (paciente) por seu telefonema.

Um comentário: